O primeiro indício surgiu quando, surpreendentemente, Ronaldinho Gaúcho não apareceu na Gávea, no dia da apresentação do contrato firmado pelo Flamengo com a Unicef.
O segundo veio no jogo com o Figueirense, quando o time inteiro entrou com uma camisa em que a estrela relativa ao Mundial de 81 piscava uma luz, mas a do Dentuço, não.
O terceiro pode ser constatado hoje, com o Gaúcho viajando para Goiânia, onde o Fla enfrentará o Atlético Goianiense, amanhã, com um uniforme velho, no qual não aparece o patrocínio da Procter & Gamble - o tal que foi acertado pela empresa de marketing de Ronaldo Fenômeno.
O clima é extremamente tenso,entre o clube a Traffic, parceira importantíssima e fundamental para trazer e manter o camisa 10 no clube (pois é responsável pelo pagamento de 70% de seus salários). A presidenta Patrícia Amorim diz que não, mas está a cada dia mais difícil a permanência do jogador na temporada do ano que vem.
Dona dos direitos de imagem de Ronaldinho, a Traffic agora o proíbe de fazer qualquer tipo de propaganda para o Fla. Pode apenas jogar - e olhe lá. E nem isso ele vem fazendo bem, nas últimas rodadas.
Para que a situação se acerte, será preciso que a diretoria rubro-negra aceite que, a partir de agora, todo e qualquer faturamento publicitário dará a Traffic o percentual de 20%, normalmente cobrado por qualquer agência. O grande ponto de desavença é que o Fla não quer que a empresa detenha a exclusividade e não aceita lhe pagar a comissão, caso o patrocínio venha por outros meios (como aconteceu com a cota master deste ano, trazida pela 9ine, do Fenômeno).
Dificilmente, a situação será resolvida antes do final do Brasileirão. Isto porque se o Flamengo não se classificar para a Libertadores, a Traffic perderá o interesse de manter Ronaldinho no rubro-negro e o próprio clube pode achar mais negócio se livrar dele - tentando ganhar alguma coisa, numa eventual transferência para o exterior.
A garantia de uma vaga na principal competição do continente ajudaria a aparar as arestas. Mas, nem mesmo assim, é certo que Ronaldinho Gaúcho permaneça.
A Traffic, que sonhava, através do Flamengo e do Fluminense, se tornar a administradora do Maracanã, na Parceria Público e Privada (PPP) que se desenha no pós-Copa, já sabe que dificilmente conseguirá atingir o seu intento - o Governador Sérgio Cabral vem sinalizando de forma bem clara sua disposição de entregar tal atribuição à uma empresa especializada em gerenciamento de arenas, recém-comprada por Eike Batista.
Resta, portanto, faturar (e muito) com o Fla e com Ronaldinho. E se isso também se mostrar inviável ou pouco lucrativo... Adeus, Dentuço!
Por Aleksim Oliveira
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