domingo, 6 de janeiro de 2013

Não expulsem o torcedor



É evidente que muito dinheiro público, que seria usado para obras importantes, sem nenhuma relação direta com a Copa do Mundo, tem sido desviado para o Mundial e para a Olimpíada.

Não há dinheiro para a merenda escolar, mas não falta para a construção de estádios, que tem grandes chances de se tornarem elefantes brancos. Por exemplo, em Belo Horizonte o prefeito, quer a transferência de R$ 80 milhões da educação para despesas da Copa.

O ex-jogador Tostão recentemente recusou o prêmio de R$ 100 mil e a aposentadoria especial dados pelo governo aos campeões do mundo de 1958, 1962 e 1970 porque não queria ter esse privilégio. Disse ainda que na época, já fora bem premiado pelo título.

Entendo que os atletas campeões que passam por dificuldades precisam ser ajudados pelo governo, por meio da Previdência Social, como todo cidadão, e pelas entidades governamentais que prestam apoio aos ex-atletas, que já existem.

A CBF e os clubes têm também obrigação de ajudar seus ex-jogadores que necessitam de auxílio.

Temo que os novos estádios construídos para a Copa elitizem o futebol. Para isso não ocorrer, é necessário vender ingressos com preços diferentes. Quem quiser mordomia que pague por isso. Os torcedores humildes têm direito de pagar preços razoáveis, além de ter segurança e conforto. Corre-se o risco de a torcida se comportar como se estivesse em um teatro, todos sentadinhos, bem comportados, sem vibração e sem identificação com o futebol e com o clube. 

O verdadeiro torcedor, apaixonado pelo clube, não pode ser expulso. Os responsáveis pela manutenção dos novos estádios, os clubes e os torcedores têm de preservar e tratar os estádios com carinho. Para isso, o público tem de ser bem tratado.