domingo, 15 de julho de 2012

NOVOS TEMPOS



No passado, os craques eram as únicas estrelas do futebol. Com o tempo, surgiram outros personagens badalados, como treinadores, investidores, empresários, agentes dos técnicos e dos atletas e, agora, marqueteiros.

Nada contra o marketing. Pelo contrário. É uma atividade digna, importante e necessária. Acho apenas que os marqueteiros são excessivamente otimistas.
Quando chega um contratado, jogador comum, como Marcelo Moreno, no Grêmio, é anunciado como um craque, uma celebridade.

Quando Ronaldinho Gaucho chegou ao Flamengo, venderam a ilusão de que ele era ainda um magistral jogador. O torcedor acreditou. Como o time não agradava, ele era o mais vaiado, mesmo quando era o destaque. No Atlético Mineiro, como a expectativa é menor, ele ganha menos, e o time tem vencido, ele é aplaudido, mesmo jogando menos que no Flamengo.

As novas estrelas são Seedorf e Forlán. Parece que chegaram o Seedorf dos melhores momentos e o Forlán da copa de 2010. Seedorf tem sido mais badalado. O marqueteiro do Botafogo deve ser mais otimista. Forlán, por ser mais jovem, tem mais chance de jogar bem por mais tempo.

Nos últimos anos, jogadores famosos e caros, contratados pelos times brasileiros, vieram porque não tinham mais lugar nas melhores equipes da Europa. Muito melhor jogar aqui que na China, Rússia, Ucrânia, países árabes e outros lugares. Da mesma forma, não há mais razão dos jovens e bons jogadores brasileiros, como Paulinho, irem para esses países periféricos.

Mesmo veteranos e em fim de carreira, a maioria desses jogadores, por terem sido excepcionais, ainda são destaques nos times brasileiros. O mesmo deve ocorrer com Seedorf e Forlán. Isso justifica suas contratações, desde que os clubes paguem também suas dívidas e impostos. A Timemania foi criada para isso, mas, foi um grande fracasso.

O que mais preocupa é ver que o futebol brasileiro, hoje tão badalado, que deveria ser o centro de excelência técnica no mundo, formador dos maiores craques, grande produtor de trabalhos, é, cada vez mais, uma indústria de negócios, de celebridades, do espetáculo e do entretenimento.

Grave, vergonhoso, é a confirmação do suborno recebido pelo ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira e o ex-presidente da FIFA, João Havelange. O presidente atual da FIFA, Joseph Blatter, disse que suborno não era crime. E o presidente atual da CBF, José Maria Marín, falar que Ricardo Teixeira continuará recebendo R$ 100 mil reais por mês pelo cargo de assessor da entidade. Lamentável.