domingo, 13 de maio de 2012

Penúltima chamada.



Ao contrário das listas anteriores, desta vez Mano Menezes acertou. Como se trata de uma convocação voltada para os Jogos Olímpicos, nada mais normal do que convocar uma base formada por atletas abaixo dos 23 anos reforçada por nomes acima da idade limite.

A lista traz jogadores que podem ser debatidos, mas nada que comprometa a montagem do grupo. Sem tempo para trabalhar o time que tentará a inédita medalha de ouro em Londres, Mano precisou rechear seus chamados anteriores com atletas mais jovens para que pudessem ser observados na equipe principal. Esse período de testes resultou na lista abaixo, contendo 23 nomes de onde sairão os 18 inscritos. Em negrito, os veteranos do grupo: 

Goleiros: Jefferson (Botafogo), Neto (Fiorentina) e Rafael (Santos);

Zagueiros: Bruno Uvini (Tottenham), David Luiz (Chelsea), Juan Jesus (Internazionale) e Thiago Silva (Milan);

Laterais: Alex Sandro (Porto), Daniel Alves (Barcelona), Danilo (Porto) e Marcelo (Real Madrid);

Volantes: Casemiro (São Paulo), Rômulo (Vasco) e Sandro (Tottenham);

Meias: Giuliano (Dnipro), Lucas (São Paulo), Oscar (Internacional) e Paulo Henrique Ganso (Santos);

Atacantes: Alexandre Pato (Milan), Hulk (Porto), Leandro Damião (Internacional), Neymar (Santos) e Wellington Nem (Fluminense).

Nota-se que o meio-campo é o único setor em que o técnico não considerou necessário reforçar. Assim, é perfeitamente normal a ausência de Ramires e outros. A presença de Jefferson onde se esperava Júlio César pode ser sinal de que o técnico desistiu do goleiro interista. Único atacante acima da idade limite, Hulk dificilmente estará nos Jogos. A prioridade está na defesa onde quatro jogadores disputam três vagas. 

E é exatamente para isso que servem os quatro amistosos que o Brasil disputará. Os jogos contra Dinamarca (26/05), Estados Unidos (30/05), México (03/06) e Argentina (09/06) servirão de campo de observação para a lista final.

A julgar pela inatividade em seus clubes, os sub-23 Bruno Uvini e Juan Jesus terão a sombra de David Luiz e Thiago Silva que devem formar o miolo da defesa brasileira. Deste modo, restaria apenas uma vaga que, teoricamente, ficaria entre Daniel Alves e Marcelo. 

Arriscando um palpite, diria que o time titular do Brasil nos Jogos Olímpicos será formado por: Rafael; Daniel Alves, Thiago, David Luiz e Alex Sandro; Sandro e Casemiro; Lucas, Ganso e Neymar; Damião. Taticamente, a disposição seria esta:


 
Como a reserva será formada por apenas sete jogadores, Mano terá que ter jogadores versáteis à disposição. Assim, Danilo (lateral direito e volante) e Juan (zagueiro e lateral esquerdo) têm boas chances de figurarem na lista final. 

Assim, apostaria em Neto, Danilo, Juan, Rômulo, Oscar, Pato e Wellington Nem, com Bruno Uvini e Giuliano ficando de fora. 

domingo, 6 de maio de 2012

REVISÃO ELOGIÁVEL



Antes da final do Mundial Interclubes do ano passado, Muricy Ramalho chegou a dizer que gostaria de ver os técnicos dos principais clubes europeus trabalharem no campeonato brasileiro que, em sua opinião, era muito mais difícil.

— O Guardiola é um vitorioso e um dos melhores do mundo, pois alcança resultados. Mas trabalhar na Europa é mais tranquilo. Pra mim, eles (os europeus) só ganharão nota 10 quando forem ao Brasil, disputar um Brasileirão e ganhar. Lá, eles trabalham com os melhores e têm dinheiro e tempo para planejar — disparou, na ocasião.

O impressionante massacre do Santos no Mundial levou o treinador santista a rever seus conceitos. E, em entrevista ao UOL, na sexta-feira, apresentou uma postura bem diferente (e elogiável), reconhecendo a aula recebida do Barcelona naquela partida, principalmente na posse de bola.

— Acho que estou longe (dos europeus). Eles estão em outro nível, disputam competições mais complicadas. Claro que têm a favor a potência que são seus clubes. Mas, agora, aprendo muito com o trabalho deles, estou sempre atento ao que pensam. A gente tinha de ter um intercâmbio maior entre europeus e sul-americanos — reconheceu, antes de dizer que aprovaria até a presença de Guardiola no comando da seleção brasileira e que não vê nenhum treinador daqui em condições de substituí-lo no clube catalão.

Bravo, Muricy! Parabéns pela humildade de admitir que estava errado e mudar de opinião.