Antes da final do Mundial Interclubes do ano
passado, Muricy Ramalho chegou a dizer que gostaria de ver os técnicos dos principais
clubes europeus trabalharem no campeonato brasileiro que, em sua opinião, era muito
mais difícil.
— O Guardiola é um vitorioso e um dos melhores do
mundo, pois alcança resultados. Mas trabalhar na Europa é mais tranquilo. Pra
mim, eles (os europeus) só ganharão nota 10 quando forem ao Brasil, disputar um
Brasileirão e ganhar. Lá, eles trabalham com os melhores e têm dinheiro e tempo
para planejar — disparou, na ocasião.
O impressionante massacre do Santos no Mundial levou o treinador santista a rever seus conceitos. E, em entrevista ao UOL, na sexta-feira, apresentou uma postura bem diferente (e elogiável), reconhecendo a aula recebida do Barcelona naquela partida, principalmente na posse de bola.
— Acho que estou longe (dos europeus). Eles estão
em outro nível, disputam competições mais complicadas. Claro que têm a favor a
potência que são seus clubes. Mas, agora, aprendo muito com o trabalho deles,
estou sempre atento ao que pensam. A gente tinha de ter um intercâmbio maior entre
europeus e sul-americanos — reconheceu, antes de dizer que aprovaria até a
presença de Guardiola no comando da seleção brasileira e que não vê nenhum treinador
daqui em condições de substituí-lo no clube catalão.
Bravo, Muricy! Parabéns pela humildade de admitir que estava
errado e mudar de opinião.