Caiu o Caio. Queda anunciada desde quando Caio Jr. assumiu o Botafogo. Pouco a ver com seu trabalho específico, suas táticas ou estratégias. E muito mais com aquele seu perfil um tanto profile. Os óculos, a barbicha, o discurso articulado, manso, essas coisas não combinam com a paixão primária do torcedor, não só do Botafogo, como de qualquer outro clube brasileiro.
Errou ao escalar seu time com três zagueiros na derrota para o América MG? A meu ver, sim. Mas, esse é um princípio que me tem pautado há tempos. Ora, entre os dez jogadores de linha quais são os que menos podem contribuir com técnica e habilidade se não os zagueiros? E qual o setor mais nobre de uma equipe se não o meio de campo, de onde se extrai um jogador de habilidade maior do que um zagueiro?
Mas, erros, todos nós cometemos, sistematicamente, uns mais, outros menos.
E os acertos de Caio Jr. no Botafogo, obviamente, foram muito maiores do que seus erros.
Com um elenco modesto, onde se destaca a espinha dorsal formada pelo goleiro Jefferson, o zagueiro Antônio Carlos, o meia Renato e o centroavante Loco Abreu, Caio Jr. conduziu esse time ao longo do campeonato na bica da conquista do título. E, nesse trajeto, jamais contou com o apoio de sua torcida, fator essencial numa disputa tão parelha quanto esta.
Há quanto tempo o botafoguense amigo não vivia experiência semelhante no Brasileirão?
O que quero dizer é que Caio não caiu por incompetência, mas, sim, pela rejeição da torcida. Diria mesmo que por preconceito quanto à sua imagem pública. Pagou por ser civilizado num universo em que a paixão transforma os homens em feras.
Por Aleksim Oliveira
Fonte Noticia: portal iG
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