Foi providencial, mas muito pouco saber que a nossa maior comemoração esportiva neste Natal será a manutenção do Bahia na primeira divisão, praticamente nos últimos estertores, após campanha sofrível, sempre tentando fugir da periferia da zona do rebaixamento. O Vitória, uma tragédia, cometeu tantas imprevidências que acabou não subindo em um dos campeonatos de acesso mais fáceis dos últimos tempos.
Ficar analisando que o Rubronegro só não subiu por um pontinho e que o Bahia atingiu o seu projeto de continuar na elite do futebol são sentimentos apenas aceitáveis de torcedores fanáticos, porque não assentam bem para cronistas e dirigentes sérios.
Há uma grande necessidade de se praticar uma assepsia geral, não apenas mandando jogadores e técnicos embora, mas, sobretudo, formulando um planejamento estratégico que possa definir diretrizes mais sólidas e profissionais para a próxima temporada.
Tem que haver uma filosofia de como utilizar os jogadores da Base, de como contratar os valores de maior realce e de quanto o clube pretende investir, não mais de forma fracionada, disponibilizando maiores recursos apenas para a fase de disputa nacional, com times que se arrastam ao longo dos regionais, cujos resultados positivos são sempre muito mais pela maior estrutura em relação aos co-irmãos do interior do que propriamente pelos acertos da filosofia empregada.
O Tricolor tem que entender que é um clube de grande torcida, de tanto apelo popular que já não pode mais se contentar com jogadores desgastados de outros clubes, nem que os clubes de origem desses reforços o submetam à humilhação de pagar metade de salários, certamente porque é melhor tê-los longe de suas fileiras e ainda impondo não serem utilizados nos dias de confrontos diretos.
O Vitória tem que definir uma estratégia de que, somente montando uma estrutura de grande equipe, poderá ascender à primeira, como tantos outros já fizeram – e mais recentemente o exemplo da Portuguesa deve servir de incentivo.
Portanto, senhores cartolas, entre os queijos e os vinhos, as nozes, castanhas e os perus, é bom encontrar neste Natal um tempinho para refletir sobre a necessidade de melhorar seus projetos de ação à frente dos clubes.
Por Aleksim Oliveira
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