terça-feira, 1 de novembro de 2011

O sol e a peneira


Um clube que está faturando quase R$ 200 milhões em 2011 (e chegará a R$280, em 2012), que conta no elenco com o jogador mais caro do país, que é dirigido por uma comissão técnica milionária e que possui uma das mais dispendiosas folhas salariais do nosso futebol (entre R$ 4 e 5 milhões/mês) não pode ter como meta da temporada apenas a vaga na Libertadores.

Ainda mais se este clube for o de maior torcida do Brasil e ostentar em sua gloriosa história um título das Américas e outro do Mundo, seis Brasileiros e a maior coleção de Estaduais do Rio. Quando apelam para esse discurso supostamente realista, o treinador Vanderlei Luxemburgo e a presidenta do Flamengo, Patrícia Amorim, estão, na verdade, tentando minimizar o próprio fracasso e fugir de suas responsabilidades.

É óbvio que gastar rios de dinheiro, como acontece, e ter em suas fileiras alguns dos mais badalados profissionais do "velho e violento esporte bretão" não é garantia líquida e certa de que qualquer campeonato será conquistado.
Mas em clubes grandes, e especialmente nestas nababescas condições, é obrigatório entrar em todas as disputas com esse único objetivo — e encarar qualquer outra coisa como derrota ou, no máximo, "prêmio de consolação".
Inclusive a tal vaga na maior competição continental.

Que, aliás, o Flamengo já deixou escapar duas vezes, este ano: na Copa do Brasil (quando o estelar time rubro-negro foi desclassificado pela modestíssima “carroça desembestada" do Ceará — que agora luta contra o rebaixamento) e na Sul- Americana (quando o Flamengo foi goleado e humilhado, em casa, pelo Universidad do Chile). Se acontecer novamente, no Brasileirão (e o Inter e o Figueirense estão encostando), com que peneira Vanderlei e Patrícia tentarão esconder o sol?

SÍNTESE PERFEITA. A atuação do Flamengo, contra o Grêmio, repetiu o que tem sido sua campanha no torneio. Alguns bons momentos (no início, quando chegou a fazer 2 a 0), seguidos por apagões assustadores e generalizados. Ronaldinho Gaúcho — a vedete do dia — cobrou uma falta que, espalmada por Victor, bateu no travessão, e quase fez um gol numa jogada em que driblou um adversário, na marca do pênalti, mas teve o chute bloqueado por Gilberto Silva. E foi só.

Vanderlei, que acertara ao ousar com o jovem Thomás, no lugar de Willians, errou feio ao substituí-lo, após sofrer o empate, colocando Muralha, para avançar Renato Abreu — que era, e continuou sendo, um dos piores em campo! Há quem diga que o garoto cansou! Mas, espera aí, se um jovem de 18 anos fica extenuado com apenas 57 minutos em campo (com 15 de intervalo!), o que dizer da preparação física do Flamengo?

Por Aleksim Oliveira

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