sábado, 15 de outubro de 2011

TODOS IGUAIS

A cada rodada muda o protagonista. O líder de hoje é o derrotado de amanhã e quem empolga num jogo decepciona no outro. O equilíbrio do Brasileirão impressiona — e encanta. Mas, é obrigatório observar, não há uma grande equipe sequer. O incrível nivelamento produz até goleadas dos que lutam contra o rebaixamento sobre os que sonham com o título. Tudo pode acontecer. Faltando nove rodadas, é impossível fazer qualquer previsão segura. Do primeiro ao sétimo nada é impossível — basta que um deles engate uma seqüência de vitórias. Quem será? Só os deuses do futebol sabem. E esse ano eles parecem, especialmente, travessos...
GLORIOSO RESULTADO. O grande time do meio da semana foi o Botafogo. Enfrentando o líder Corinthians, sua atuação no primeiro tempo, no Pacaembu, beirou a perfeição. Após o intervalo, com um jogador a menos (Cortês foi expulso), o brilho do Glorioso deu lugar ao heroísmo. E o ídolo Loco Abreu jogou até de zagueiro, mas quem saiu como herói da partida foi o goleiro Renan, que não deixou a torcida sentir saudade de Jefferson. Caio Júnior, sempre olhado com desconfiança pela torcida e por parte da crítica, aplicou um golpe de mestre, substituindo Herrera por Felipe Menezes e ganhando o meio-campo sem perder força ofensiva. Acusado, pelo presidente Maurício Assumpção de não saber jogar fora de casa, o time alvinegro respondeu com uma atuação e um triunfo incontestáveis. Bofetada de luva de pelica que devolve ao clube da Estrela Solitária a condição de forte favorito ao título.
BUMBA MEU BOI. Quando acabei de assistir à triste exibição do Flamengo diante do limitadíssimo (e conturbado!) Palmeiras fiquei me perguntando: afinal, o que treinam os jogadores do Flamengo, no Ninho do Urubu? Jogo após jogo se constata que, além da incrível capacidade de errar um passe atrás do outro, a equipe não tem uma jogada ensaiada sequer. Não se vê nenhuma triangulação, nenhuma tabela, nenhum lance de ultrapassagem para facilitar a chegada à linha de fundo, nenhuma singela troca de posições para abrir espaços. A única coisa que o time faz é alçar inúmeras bolas sobre a área, onde normalmente só está o... Deivid! Em suma: o planejamento ofensivo do Flamengo é de uma indigência constrangedora — e vergonhosa para um treinador com o currículo de Vanderlei. A não ser em cobranças de faltas e em lances individuais (na maioria das vezes, em bolas saídas dos pés de Ronaldinho Gaúcho), o campeão carioca se mostra absolutamente incapaz de criar algo. Até mesmo na épica vitória no Fla-Flu, o quadro foi idêntico. E quando Bottinelli se preparou para cobrar a falta que originaria a virada, Luxemburgo ainda gritou, lhe pedindo que alçasse a bola sobre a área! Se o argentino não tivesse desobedecido...
VAI CONTINUAR? Por falar na seleção de Mano e nos absurdos prejuízos que ela causa aos principais clubes do país, há mais duas datas-Fifa até o final do ano: 10 novembro, quando está programado o exótico, ridículo e inútil jogo com o Gabão (?!?!) e dia 15, quando o Brasil pode enfrentar o Egito, outro adversário insignificante. Não haverá uma cabeça pensante na CBF capaz de sugerir ao treinador que use estes amistosos para dar forma e treinar a seleção olímpica — que há menos de seis meses dos Jogos de Londres nem sequer existe — em vez de continuar colocando em campo um time que não vai a lugar algum e só faz atrapalhar quem luta pelo título brasileiro?
 
Por Aleksim Oliveira

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