segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Ficou Tenso

Após assistir o compacto(vt), formei a opinião que por essas e outras, mesmo quando vence, é fácil apontar os erros do Bahia. Isso vinha acontecendo constantemente no Bahia nos bons resultados. Não é legal ser “o chato”, mas, infelizmente, não conseguia fechar os olhos para as falhas mesmo nos momentos de alegria. Por competência defensiva e principalmente sorte ofensiva, isso mesmo, doa a quem doer, sorte, o tricolor vinha em boa seqüência, que o deixou “tranquilão” na luta contra o rebaixamento. Contudo, uma hora ou rodada, o vento ia virar. Quase tudo deu errado nessa 31º. Com quatro pontos de vantagem do Z4 faltando sete jogos, ficou tenso!


Duas coisas chamam atenção no estilo Joel Santana: a postura de jogar para não perder e a aposta praticamente exclusiva nos laterais. Talvez por ser “old school”, Joel ainda tenha aquela idéia de que os laterais são a solução. O time se posiciona todo para os laterais serem os articuladores. Os volantes guardam posição, não se movimentam, quase nunca buscam o ataque e, sem meias armadores, o time fica ridiculamente previsível. Laterais estão lá para serem elementos surpresa, para variar as jogadas e não para ser a única alternativa. A prova disso é que o último gol marcado, contra o Botafogo, aos 16 do segundo tempo, foi há quatro jogos. Lá se vão mais de 300 minutos sem marcar...


Fica parecendo que a culpa é exclusiva de Joel, né? Não é, mas ele precisa acordar para o elenco e a missão. Assim ele explicou a escolha inexplicável por Reinaldo. “O jogador que eu acho mais parecido com o Ricardinho, nesse jogo, seria o Reinaldo. Um jogador que sabe fazer gols, experiente, e sabe vir com a bola de trás. Nosso time não rendeu. Laterais não subiram para atacar, erramos muitos passes”. Reinaldo é parecido com Ricardinho? Devo ter enlouquecido! Na frase final, o próprio Santana mostra ter consciência que é dependente dos laterais. O Vasco fez o dever de casa. Isolou os setores, barrou Gabriel e Dodô e, com muita movimentação dos volantes, deixou o tricolor perdidinho. Quando Felipe deixou à lateral e foi para o meio decidiu o jogo. Mesmo voando seria complicado vencer o líder, que é arrumadinho taticamente e tem jogadores diferenciados, como Diego Souza.


O que falta ao Bahia desde a época de René Simões é saber as limitações e tentar superá-las e não abraçá-las. É natural um time que foi formado com a bola rolando, não consiga ter um padrão tático de alto nível, porém, a solução tem de ser buscada com objetividade. Vejo defensores dos três volantes dizendo ser o único sistema que funciona. Sempre fui contra. Não pela nomenclatura, mas pela qualidade do trio, que só rende com alguma competência defensivamente. É preciso mais! O Vasco foi à prova cabal disso, ao mostrar como os “marcadores” têm de funcionar nesse esquema. Chegou a hora de dar criatividade ao time e deixar alguém perto de Souza, que vive isolado. Nem Reinaldo jogou no ataque... 


O próximo jogo é bem complicado e, se for para não perder, vai ver a zona do rebaixamento bater na porta. O Bahia ainda tem uma rodada de descarte e isso conta, mas não pode achar que falta pouco. Também não pode é continuar tão previsível. O tricolor tem o segundo pior ataque e muitos empates. Esse, obviamente, não é o caminho!

Por Aleksim Oliveira

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