segunda-feira, 10 de outubro de 2011

FLA-FLU COMO NOS VELHOS TEMPOS

Fla-Flu como nos velhos tempos!
O primeiro tempo foi morno, amarrado e com pouquíssimas chances para os dois lados. O Fluminense teve um leve predomínio, mas, apesar disso, pode-se dizer que o 0 a 0 foi justo, pois nenhuma das duas equipes fez por merecer um gol. Após o intervalo, porém, o panorama se modificou radicalmente. E coube ao tricolor ditar o ritmo, pressionando o Flamengo e acuando-o, em seu próprio campo, até marcar, através de Rafael Sóbis, de cabeça, concluindo boa jogada de Marquinho - até ali o melhor jogador em campo - e cruzamento de Leandro Eusébio.
Eram 15 minutos da etapa final e, em desvantagem, Vanderlei acordou. Tirou, de uma vez só, Diego Maurício e Deivid (ataque que não tinha feito praticamente nada até então) e também Maldonado: entraram Negueba, Jael e Bottinelli. E o rubro-negro, enfim, começou a jogar.
Após bom lance de Negueba, o chute cruzado encontrou Thiago Neves, na pequena área, e o ex-tricolor fuzilou Cavalieri, empatando.
A partir daí, o clássico pegou fogo. O rubro-negro ensaiou uma pressão, em busca do segundo gol, mas foi à vez de Abel mexer e mudar novamente o panorama do jogo. Saíram Deco, Diguinho e Rafael Sóbis e entraram Lanzini, Souza e Martinuccio.
Com isso, o Flu voltou a tomar as rédeas do duelo, chegando ao segundo gol, em mais uma cabeçada, desta vez do menino Manoel Lanzini que, baixinho, testou absolutamente livre dentro da área do rival.
O cronômetro apontava 33 minutos do segundo tempo e o atual campeão brasileiro jogando melhor do que o seu antecessor no título, tudo levava a crer que o confronto estava decidido. Mas foi exatamente aí que o argentino Dario Bottinelli (contratado como craque do campeonato chileno, no início do ano, mas até agora discretíssimo) resolveu mostrar que não era o "botinudo" que a própria torcida do Fla já criticava.
Numa falta de longe, aos 42 minutos, pegou a bola e disse a Thiago Neves (que se aproximara, querendo fazer a cobrança) que estava confiante e que ele bateria. O canhota ainda resistiu, mas o narigudo argentino não quis nem conversa. Mandou-o para a área, para disputar o rebote e preparou-se com calma e confiança.
A cobrança foi perfeita, por cima da barreira e do goleiro Diego Cavalieri, que se esticou todo, mas não conseguiu tocar na bola que, caprichosamente, beijou o travessão e bateu nas suas costas, indo morrer no fundo da rede. Novo empate, que àquela altura parecia definitivo.
Pois sim. Dario estava mesmo iluminado e dois minutos depois, em novo chute preciso, de fora da área, decidiu um Fla-Flu eletrizante, colocando mais uma bola no cantinho, sem chances para o arqueiro tricolor.
Uma vitória espetacular (e heróica, diante dos desfalques de Ronaldinho Gaúcho, Felipe, Williams e Aírton), que recoloca o Flamengo na luta pelo título, agora em quarto lugar - beneficiado pelos outros resultados da rodada.
Resultados que, aliás, ainda mantiveram o Fluminense também na luta, pois a derrota do Vasco e os empates de São Paulo e Botafogo impediram que a turma da frente desgarrasse.
Ao final de um jogo de tirar o fôlego, a se lamentar apenas o descontrole do Fluminense (a começar pelo técnico Abel), que se queixou muito de um pênalti que teria sido cometido por Jael (num lance de empurra-empurra, dentro da área do Fla) e da falta de Lanzini em Muralha, que originou o primeiro gol de Bottinelli.
Por conta disso, além do próprio treinador, acabaram expulsos Leandro Eusébio e Souza.
Nem a confusão, porém, foi capaz de empanar o brilho de mais um Fla-Flu pra ser lembrado no futuro pelas altas doses de emoção, todas concentradas nos 45 minutos finais.

Por Aleksim Oliveira

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