quarta-feira, 2 de maio de 2018

O que “gira” antes da copa



Atlético(PR), Corinthians e Flamengo foram os únicos clubes contrários a mais uma manobra promíscua para eleger o presidente da CBF. A mesma patota continua no poder, como se fossem donos do futebol brasileiro.
Enquanto não começa a Copa, Tite pensa nos mínimos detalhes, assiste aos jogos nos estádios e posa de garoto-propaganda. Em um comercial, Tite parece um guru, um messias, ao repetir, de uma maneira solene, várias frases ditas por ele mesmo, durante seu trabalho na seleção. Gosto mais do “treinador” Tite.
Não tenho nada contra treinadores da seleção fazerem comerciais, desde que não haja conflito de interesse com o cargo. Todos os outros, antes dos Mundiais, faturaram muito. Lembra-se da propaganda com Dunga, raivoso, antes da Copa de 2010, comandando um grupo de pessoas que gritavam, vestidas como se fossem para uma guerra. Venderam a imagem de Dunga como a de um guerreiro e, agora, a de Tite como a de um sábio. Muito melhor.
Há uma frequente discussão nos programas esportivos sobre qual a razão de, na Europa, os times que contratam os melhores jogadores confirmarem sua superioridade nos gramados, enquanto isso não é tão nítido no Brasileirão e na Libertadores.
A frequente troca de técnicos no Brasil atrapalha a formação de um bom conjunto. Penso também que existe uma supervalorização dos jogadores contratados. Diego é um entre tantos exemplos. Acompanhei sua carreira na Europa, por mais de dez anos, e ele jogava mais ou menos como no Flamengo. Atua bem, mas sem grande brilho. A decepção atual é por causa de a expectativa ser muito maior que a realidade.
Everton, ex-Flamengo, contratado pelo São Paulo, por uma enorme quantia (R$ 15 milhões), é o melhor jogador mediano do Brasil. Ele se destaca pela disciplina tática, regularidade e eficiência, mas é um grande exagero tratá-lo como um atleta excepcional, que vai melhorar o nível técnico do São Paulo.
Outra discussão frequente é sobre a ausência de torcedores mais pobres nos estádios. É compreensível que, com estádios modernos e mais confortáveis, haja aumento de preços, desde que não sejam exorbitantes e que tenham também lugares com preços mais baixos, ainda mais que, na maioria das partidas, existem grandes espaços vazios nas arquibancadas.
Enquanto não começa a Copa, a bola rola em outros campeonatos. Na última rodada da Libertadores, os times brasileiros, com duas linhas de quatro, marcaram muito bem, com exceção do Vasco. Recuam, desarmam, mas não conseguem chegar à frente com muitos jogadores e com qualidade, sendo exceção o Grêmio. 
A melhor partida da Copa do Brasil, até aqui, foi o empate entre São Paulo e Atlético(PR). Por outro lado, como é habitual nas equipes que atuam com três zagueiros, os dois times mostraram problemas defensivos, pois existe uma tendência de os três zagueiros se juntarem pelo centro, deixando muitos espaços pelos lados, já que, com frequência, não dá tempo para os alas recuarem e formarem uma linha de cinco. O São Paulo, desclassificado, mostrou progresso, enquanto o time paranaense, dirigido por Fernando Diniz, um técnico que foge do lugar-comum, repetiu o ótimo jogo coletivo, de muita troca de passe, desde o goleiro. Fernando Diniz trabalha e sonha, sonha e trabalha.






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