Atlético(PR),
Corinthians e Flamengo foram os únicos clubes contrários a mais uma manobra
promíscua para eleger o presidente da CBF. A mesma patota continua no poder,
como se fossem donos do futebol brasileiro.
Enquanto
não começa a Copa, Tite pensa nos mínimos detalhes, assiste aos jogos nos
estádios e posa de garoto-propaganda. Em um comercial, Tite parece um guru, um
messias, ao repetir, de uma maneira solene, várias frases ditas por ele mesmo,
durante seu trabalho na seleção. Gosto mais do “treinador” Tite.
Não
tenho nada contra treinadores da seleção fazerem comerciais, desde que não haja
conflito de interesse com o cargo. Todos os outros, antes dos Mundiais,
faturaram muito. Lembra-se da propaganda com Dunga, raivoso, antes da Copa de
2010, comandando um grupo de pessoas que gritavam, vestidas como se fossem para
uma guerra. Venderam a imagem de Dunga como a de um guerreiro e, agora, a de
Tite como a de um sábio. Muito melhor.
Há
uma frequente discussão nos programas esportivos sobre qual a razão de, na
Europa, os times que contratam os melhores jogadores confirmarem sua
superioridade nos gramados, enquanto isso não é tão nítido no Brasileirão e na
Libertadores.
A
frequente troca de técnicos no Brasil atrapalha a formação de um bom conjunto.
Penso também que existe uma supervalorização dos jogadores contratados. Diego é
um entre tantos exemplos. Acompanhei sua carreira na Europa, por mais de dez
anos, e ele jogava mais ou menos como no Flamengo. Atua bem, mas sem grande
brilho. A decepção atual é por causa de a expectativa ser muito maior que a
realidade.
Everton,
ex-Flamengo, contratado pelo São Paulo, por uma enorme quantia (R$ 15 milhões),
é o melhor jogador mediano do Brasil. Ele se destaca pela disciplina tática,
regularidade e eficiência, mas é um grande exagero tratá-lo como um atleta
excepcional, que vai melhorar o nível técnico do São Paulo.
Outra
discussão frequente é sobre a ausência de torcedores mais pobres nos estádios.
É compreensível que, com estádios modernos e mais confortáveis, haja aumento de
preços, desde que não sejam exorbitantes e que tenham também lugares com preços
mais baixos, ainda mais que, na maioria das partidas, existem grandes espaços
vazios nas arquibancadas.
Enquanto
não começa a Copa, a bola rola em outros campeonatos. Na última rodada da
Libertadores, os times brasileiros, com duas linhas de quatro, marcaram muito
bem, com exceção do Vasco. Recuam, desarmam, mas não conseguem chegar à frente
com muitos jogadores e com qualidade, sendo exceção o Grêmio.
A
melhor partida da Copa do Brasil, até aqui, foi o empate entre São Paulo e
Atlético(PR). Por outro lado, como é habitual nas equipes que atuam com três
zagueiros, os dois times mostraram problemas defensivos, pois existe uma
tendência de os três zagueiros se juntarem pelo centro, deixando muitos espaços
pelos lados, já que, com frequência, não dá tempo para os alas recuarem e
formarem uma linha de cinco. O São Paulo,
desclassificado, mostrou progresso, enquanto o time paranaense, dirigido por
Fernando Diniz, um técnico que foge do lugar-comum, repetiu o ótimo jogo
coletivo, de muita troca de passe, desde o goleiro. Fernando Diniz trabalha e
sonha, sonha e trabalha.
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