terça-feira, 11 de agosto de 2015

Tem Cura

A maneira de jogar do futebol brasileiro já a algum tempo, é de muita emoção e de pouco controle do jogo. As equipes correm muito, jogam muitas bolas na área, atuam com muita intensidade, emoção e vivem de sobressaltos, de lances picados, individuais, isolados... às vezes, bonitos. Há pouca troca de passes e pouco domínio da bola e do jogo.

Os jogadores brasileiros precisam aprender a tomar decisões certas. Para isso, é necessário lucidez, técnica e controle emocional. O típico jogador brasileiro é veloz, habilidoso, individualista e confuso. Ameaça muito e realiza pouco.

Os times atuam muito separados. Uma das razões de as maiores equipes do mundo não terem mais um clássico meia de ligação é o pouco espaço entre os setores e a pouca distância entre o jogador mais recuado e o mais adiantado. Se há poucos espaços entre a defesa e o ataque, não há motivo para dividir o meio-campo entre os volantes, que marcam e jogam do meio para trás, e os meias ofensivos, que criam, atacam e jogam do meio para frente. Os meio-campistas fazem a dupla função.

Porém, há também algumas coisas boas acontecendo no futebol brasileiro. Além do aumento da média de público, do tempo de bola em jogo, do maior número de bons gramados, da diminuição do número de faltas…, existe uma tentativa de se jogar um futebol melhor, como fazem, principalmente, Atlético-MG e Palmeiras. As duas equipes associam, em uma mesma partida, a posse de bola e a troca curta de passes com rápidos contra-ataques. Essa união de estilos é hoje a maior evolução do futebol mundial. Rafael Carioca e Giovanni Augusto, destaques do Atlético-MG, são (ao meu juizo) dois armadores que se completam.

Outras equipes têm jogado bem, como Grêmio e Sport. Faltava ao time gaúcho mais agressividade no ataque, agressividade esta, que apresentou contra o grande rival na goleada de domingo. O jovem Luan, uma promessa, tem muita habilidade, criatividade, velocidade, se movimenta bastante, mas, para ser um jogador excepcional, precisa ser mais decisivo no ataque. Maicon, desarma no próprio campo, toca, avança, recebe, toca e faz todo o time do Grêmio trocar passes. No São Paulo, diziam que ele era muito lento. Ele é muito superior aos atuais volantes do time paulista.


Faltam ao futebol brasileiro mais jogadores excepcionais, especialmente do meio para frente. Um Neymar surge do nada, sem programação. Já os excepcionais podem ser formados. Porque eles desapareceram do futebol brasileiro? Para encontrar soluções e um bom tratamento para um doente, é necessário ter um amplo e correto diagnóstico. O futebol brasileiro, tá doente, tá mal… mas TEM CURA. 

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