Assim como é
necessária uma grande mudança estrutural no país, para diminuir a corrupção na
política e na economia, é preciso uma grande transformação estrutural no
futebol, para evitar que surjam novos Ricardos Teixeiras, novos Marins, novos
Del Neros e muitos presidentes de clubes e federações parecidos com os atuais.
Mesmo se
houvesse uma grande mudança positiva no futebol brasileiro, é uma ilusão achar
que o Brasileiro se tornaria tão bom quanto os melhores campeonatos nacionais
do mundo. Por causa da grande diferença econômica, que está relacionada com as
qualidades técnicas, o futebol que se joga no Brasil continuaria na segunda
divisão do futebol mundial, com os melhores jogadores negociados para as
maiores equipes do planeta.
Existem
muitos ex-atletas e pessoas que nunca chutaram uma bola no comando do futebol,
dentro e fora de campo, sem o preparo adequado. É necessário criar cursos
sérios e eficientes de formação de diretores-executivos e de técnicos, sejam ou
não ex-jogadores. Os técnicos das categorias de base, mesmo os mais preparados,
copiam as coisas boas e as medíocres que fazem os técnicos dos times
principais.
A CBF
deveria convidar o técnico do Chile para dar palestra aos treinadores
brasileiros, que deveriam ir com seus caderninhos e prestar muita atenção,
apesar de Sampaoli ter um jeito mais de quem sabe fazer do que de quem sabe
ensinar.
A seleção
chilena é uma equipe compacta, que marca por pressão, troca muitos passes,
comanda o jogo e tenta recuperar a bola onde a perdeu. Sampaoli, Guardiola e
Bielsa são técnicos parecidos, diferentes do padrão internacional.
O Osorio, do São Paulo, tem tentado jogar no ataque, como a seleção
chilena, com Ganso pelo centro, como faz Valdívia, e com dois atacantes, Pato e
Centurión, entrando em diagonal para o meio, como Vargas e Sánchez. Tem funcionado
bem apenas com Pato, apesar de ele ter errado muito contra o Sport. Pato, como
centroavante fixo, de costas para o gol, é muito confuso. Como segundo
atacante, recuando para receber a bola pelo centro, não encontra espaço para
driblar em velocidade. Da esquerda para o meio, funciona melhor. Já Centurión é
muito ciscador, driblador.
Já Ganso, segue perdido, apático... sonhando com o mundo ideal, irreal.
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