quinta-feira, 9 de julho de 2015

O futebol Brasileiro Adoeceu !

Muitos acham que o futebol brasileiro ainda não chegou ao fundo do poço e que o próximo fracasso será não participar da Copa de 2018. Outro caminho, que agrada a muitos, é a diminuição da importância da seleção. Após os 7 a 1, quando se esperava uma comoção nacional, a maioria levou na gozação… "Existem coisas mais importantes no país".

São múltiplas as razões para a queda de nosso futebol e, isoladamente e em pouco tempo, nenhum treinador, dirigente, mágico… nem Neymar vai resolver o problema. O futebol brasileiro está doente, há muito tempo, do corpo e da alma. Para tratá-lo, é necessário um grupo de profissionais especializados, independentes e competentes, dentro e fora de campo, e que tenham tempo. Não é coisa para, oportunistas, nem ex-atletas que não se prepararam tecnicamente. A primeira meta deveria ser trazer o doente à realidade e acabar com as mentiras, como a de que o Brasil produz craques a cada esquina, além de reconhecer a evolução dos adversários.

A primeira divisão do futebol está nos grandes times da Europa (Barcelona, Real Madrid, Bayern de Munique…). O futebol que se joga no Brasil é, de segunda divisão.

Falta à seleção um técnico com experiência e sucesso na primeira divisão. Colocar Dunga ou outro treinador brasileiro é o mesmo que pôr um técnico da Série B do Brasileirão em um dos grandes da Série A, sem passar por trabalhos intermediários. Evidentemente, esse é apenas um de dezenas de problemas. Na parte técnica e tática, o futebol brasileiro vive de lances isolados, de espasmos. Há pouco jogo coletivo. A seleção atual tem enormes espaços entre os setores, como os times brasileiros. Os volantes avançam na marcação, e os zagueiros ficam muito atrás. Mas nossa principal carência é a falta de um excepcional atacante à frente de Neymar e de um grande meio-campista, que atue bem de uma intermediária à outra. Se tivéssemos esses dois jogadores, além de Neymar, o time poderia ter chances de brilhar, mesmo com Dunga, Gilmar Rinaldi, Del Nero… Foi o que ocorreu na Copa de 2002.

Nosso futebol está doente também da alma e precisa de ajuda psicológica. O prestígio e a marca do futebol brasileiro ainda são valiosos, acima da qualidade técnica e emocional dos atuais atletas. Diante de tanta pressão, expectativa e responsabilidade, eles jogam menos do que sabem. Neymar (por exemplo), contra a Colômbia, teve crise de chiliques. Thiago Silva, deixou de estar entre os melhores zagueiros do mundo, depois de dois graves erros, idênticos e inexplicáveis. Já criticar os jogadores, que seriam indiferentes à seleção, é injusto e não tem nada a ver. Desequilíbrios emocionais sempre existiram. Até hoje, não sabemos, nem Ronaldo mesmo sabe, se ele, na final da Copa de 1998, teve uma convulsão ou uma “síndrome de conversão psicomotora” (conhecido “piti”). Isso mostra a fragilidade humana, mesmo nos craques. 


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