domingo, 14 de junho de 2015

Tudo e nada a ver com o 7 a 1

O Corinthians possui uma vantagem, jogar em seu estádio, mas não terá mais Guerrero. Antes, exageraram sua importância, como se o Corinthians fosse um timeco sem ele. Agora, subestimam sua ausência. No Brasil, é depressão ou euforia.

O São Paulo, ao meu ver, é o time brasileiro que melhor troca passes no meio-campo, a pressão do adversário em quem está com a bola pode ser importantíssima. Porém, há riscos de os marcadores serem envolvidos e sobrarem muitos espaços na defesa.

O São Paulo, desde o ano passado, procura um jogador veloz pelos lados. Já experimentou uns 500, e nenhum agradou. Todos são iguais a Osvaldo. A esperança é o argentino Centurión, mas, ainda não demonstrou essa ‘evolução’ nas suas atuações. Todas as outras equipes brasileiras procuram também esse jogador. Com raras exceções, todos correm muito, mas não têm técnica nem lucidez. Tem a ver com o 7 a 1.

Durante muito tempo, aconteceu algo parecido. Todos os times queriam laterais velozes, que avançassem bem e que jogassem como Cafu e o excepcional Roberto Carlos. Não encontraram. Pior, todos os times tinham um volante marcador de cada lado, para fazer a cobertura dos laterais, além de um terceiro volante, pelo centro e mais recuado. Um horror, com aplausos dos admiradores dos treinadores. Tem a ver com o 7 a 1.

Por causa disso, os times procuravam também um meia clássico, o único responsável pela criação de jogadas. Tivemos excelentes. Mas como jogavam em pequenos espaços, eram, muitas vezes, facilmente marcados. Quando brilhavam, eram endeusados. Quando não jogavam bem, eram rotulados de desinteressados. Por melhores que fossem, a dependência desse único meia, que nunca existiu no auge do futebol brasileiro (anos 1960 e 1970), tem também a ver com o 7 a 1. Não se deve confundi-los com os antigos meias armadores e pontas de lança.

Pego o São Paulo por exemplo. Algum tempo atrás, Muricy (quando técnico), tinha dúvidas se escalava Ganso pela direita, Michel Bastos pela esquerda (antes, era Kaká) e dois atacantes (Luís Fabiano e Alan Kardec) ou se colocava um jogador veloz pela direita e Ganso pelo centro, mais próximo a Luís Fabiano. Sairia Alan Kardec.

Entendo que ele aquela epóca, poderia jogar com três zagueiros. Michel Bastos seria o ala pela esquerda, Thiago Mendes ou Bruno, o ala pela direita, e Ganso atuaria pelo centro, além de Luís Fabiano. O São Paulo possuia três ótimos volantes (Denílson, Souza e Maicon). Poderia, ainda, ao meu ver, jogar os três, mais Ganso, além de Michel Bastos e Luís Fabiano. As críticas e vaias a Maicon eram decorrentes do ultrapassado conceito de que armador habilidoso, que gosta de trocar passes, não pode ser volante. Tem de ser meia ofensivo. Faltam ao nosso futebol meio-campistas, com as características de Maicon, porém melhores. Nem a Seleção tem, no meio-campo, um jogador excepcional. Tem a ver com o 7 a 1.

O q precisamos, é de equipes que tentem jogar um futebol agradável e eficiente, dirigidas por treinadores sérios e atualizados, o que não tem nada a ver com o 7 a 1. É a esperança de novos tempos.


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