O Corinthians
possui uma vantagem, jogar em seu estádio, mas não terá mais Guerrero. Antes,
exageraram sua importância, como se o Corinthians fosse um timeco sem ele.
Agora, subestimam sua ausência. No Brasil, é depressão ou euforia.
O São
Paulo, ao meu ver, é o time brasileiro que melhor troca passes no meio-campo, a
pressão do adversário em quem está com a bola pode ser importantíssima. Porém,
há riscos de os marcadores serem envolvidos e sobrarem muitos espaços na
defesa.
O São
Paulo, desde o ano passado, procura um jogador veloz pelos lados. Já
experimentou uns 500, e nenhum agradou. Todos são iguais a Osvaldo. A esperança
é o argentino Centurión, mas, ainda não demonstrou essa ‘evolução’ nas suas
atuações. Todas as outras equipes brasileiras procuram também esse jogador. Com
raras exceções, todos correm muito, mas não têm técnica nem lucidez. Tem a ver
com o 7 a 1.
Durante
muito tempo, aconteceu algo parecido. Todos os times queriam laterais velozes,
que avançassem bem e que jogassem como Cafu e o excepcional Roberto Carlos. Não
encontraram. Pior, todos os times tinham um volante marcador de cada lado, para
fazer a cobertura dos laterais, além de um terceiro volante, pelo centro e mais
recuado. Um horror, com aplausos dos admiradores dos treinadores. Tem a ver com
o 7 a 1.
Por causa
disso, os times procuravam também um meia clássico, o único responsável pela
criação de jogadas. Tivemos excelentes. Mas como jogavam em pequenos espaços,
eram, muitas vezes, facilmente marcados. Quando brilhavam, eram endeusados.
Quando não jogavam bem, eram rotulados de desinteressados. Por melhores que
fossem, a dependência desse único meia, que nunca existiu no auge do futebol
brasileiro (anos 1960 e 1970), tem também a ver com o 7 a 1. Não se deve
confundi-los com os antigos meias armadores e pontas de lança.
Pego o
São Paulo por exemplo. Algum tempo atrás, Muricy (quando técnico), tinha
dúvidas se escalava Ganso pela direita, Michel Bastos pela esquerda (antes, era
Kaká) e dois atacantes (Luís Fabiano e Alan Kardec) ou se colocava um jogador
veloz pela direita e Ganso pelo centro, mais próximo a Luís Fabiano. Sairia
Alan Kardec.
Entendo
que ele aquela epóca, poderia jogar com três zagueiros. Michel Bastos seria o
ala pela esquerda, Thiago Mendes ou Bruno, o ala pela direita, e Ganso atuaria
pelo centro, além de Luís Fabiano. O São Paulo possuia três ótimos volantes (Denílson,
Souza e Maicon). Poderia, ainda, ao meu ver, jogar os três, mais Ganso, além de
Michel Bastos e Luís Fabiano. As críticas e vaias a Maicon eram decorrentes do
ultrapassado conceito de que armador habilidoso, que gosta de trocar passes,
não pode ser volante. Tem de ser meia ofensivo. Faltam ao nosso futebol
meio-campistas, com as características de Maicon, porém melhores. Nem a Seleção
tem, no meio-campo, um jogador excepcional. Tem a ver com o 7 a 1.
O q
precisamos, é de equipes que tentem jogar um futebol agradável e eficiente,
dirigidas por treinadores sérios e atualizados, o que não tem nada a ver com o
7 a 1. É a esperança de novos tempos.
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