terça-feira, 30 de junho de 2015

Saudades de Certas Derrotas

Perder da Itália, em 1982, foi doído. Mesmo a derrota para a França, quatro anos depois (1986), na disputa de pênaltis, apesar de o time não jogar nem metade daquele que esteve na Espanha, também foi amarga… dura constatação de que Falcão, Sócrates e Zico jamais seriam campeões mundiais.

Levou algum tempo para que a frase: "Zico não foi campeão do mundo? Azar da Copa do Mundo!", viesse nos consolar. Que saudade dessas derrotas, para um timaço como o italiano ou para França de Platini e companhia! Até mesmo a decepção de 1998, misturada à perplexidade sobre o que teria acontecido com Ronaldo, teve um quê de dor, porque era uma seleção respeitável a que caiu diante da mesma França na partida final.

Assim como há derrotas que dão saudades por remeterem a um futebol apreciável, há vitórias que são comemoradas… e ponto. Ninguém pega o jogo para ver de novo, como a do tetracampeonato(1994), contra a Itália, também nos pênaltis, depois de sofridos 120 minutos sem gols sob o sol do meio-dia em Los Angeles, 45ºC à sombra.

É incomparavelmente melhor vencer sem curtir do que perder amaldiçoando a derrota. Como contra o Paraguai, que da Itália só tem um "i" e os "as" e da França os "as". Perder jogando bulhufas, recuado para segurar uma vantagem fruto do acaso, dando chutões e ainda tirando de campo o jogador mais tarimbado minutos antes da cobrança dos pênaltis. Aí dá raiva… dá vergonha!

Porque depois de quase um ano do 7 a 1 (derrota que não dá saudade nem raiva, só assombro e boas piadas) nada foi feito de aproveitável para mudar, como o que foi feito tinha de dar no que deu. Se Felipão achou um apagão como desculpa, Dunga encontrou a poluição. Enquanto isso, Marin está na prisão, Nero em ‘reclusão’.

É essa gente que nos impede, até, de ter saudades de certas derrotas. 


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