terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Venceremos com Mano no comando ?

Mano tem condições de comandar a seleção? Eu já não sei. E você?



Mano Menezes não era a primeira opção. Mas parecia uma boa alternativa depois que Muricy Ramalho resolveu ficar no Fluminense quando a CBF o procurou. O técnico vice-campeão da Libertadores com o Grêmio e ganhador da Copa do Brasil com o Corinthians tem uma trajetória de bons trabalhos. Sim, Renato Gaúcho também apresenta tais feitos em seu currículo e jamais se pensou nele para a função. Mas a escolha de Mano, a meu ver, não era absurda, ou pelo menos não parecia.


Mais de um ano e meio após dizer "sim" ao convite cebeefiano, Mano apresenta pouco. Não há um bom time, não existe uma forte liderança, falta conjunto, um ataque que convença e a defesa, estatisticamente bem, quando desafiada por seleções como Alemanha e França, levou gols. Nem ela é confiável.

Se não fosse a CBF aparecer em seu caminho, Mano Menezes teria seguido no Corinthians ou já estaria em outro clube. Provavelmente fazendo bons trabalhos, pois é eficiente no dia-a-dia, no comando do grupo, na rotina que é totalmente diferente da que enfrenta trabalhando em uma seleção nacional.

Nela, o técnico observa, escolhe entre muitos nomes e precisa montar o time no tempo que lhe for oferecido. E é assim para todos, não adianta reclamar. Por sinal, quando ficou perto de um mês com os atletas, na Copa América, os resultados também não apareceram. Onde está o problema de Mano afinal?

A geração mais nova tem o genial Neymar e alguns bons e razoáveis jogadores. Os homens decisivos, especiais, são raros. Não há mais trincas de "erres", como Ronaldinho-Rivaldo-Ronaldo, que conduziram o time de Luiz Felipe Scolari ao título mundial em 2002. Lá atrás, zagueiro testado e aprovado, só Thiago Silva.

Pressionado por imprensa e torcedores que ainda se importam com uma seleção cada vez mais distante, que gera indiferença em muitos, o técnico vê o tempo ficar cada vez mais curto. Felipão assumiu o comando um ano antes da final da Copa que venceu. Era uma emergência após a saída de Leão.

Seja lá com quem, isso pode, sim, se repetir. Mano não transmite confiança, e não conta com jogadores experientes, "cascudos", que deram sustentação ao trabalho de Dunga, casos de Maicon, Lúcio, Juan, Gilberto Silva, Elano, Kaká, Robinho, Luís Fabiano e outros. A instabilidade é evidente.

Segurar a vitória apertada diante da Bósnia era tão importante nas circunstâncias que, como se fosse um cotejo valendo três pontos, o técnico fez uma substituição nos acréscimos, logo após o segundo gol brasileiro. Sim, a clássica troca de jogadores apenas para ganhar tempo e esfriar o adversário.

Pelo que (não) fez nesses quase 20 meses de trabalho, é difícil ter a certeza de que, hoje, em 2012, Mano Menezes é o homem certo no lugar certo. Carlos Alberto Parreira dirigiu o time "canarinho" em 1983 e acabou demitido. Voltou quase uma década depois e foi campeão mundial nos Estados Unidos.

Mano já tem condições, maturidade profissional, vivência na função, quilometragem para comandar a seleção da CBF? Sinceramente, não sei a resposta. E você?

PS: depois de Barcelona x Santos, em dezembro, com Muricy Ramalho sem ação após montar mal sua equipe, presa fácil diante do campeão europeu, a imagem de técnico estudioso, atento ao futebol que se joga pelo mundo, foi para o ralo. Antes que me perguntem: não, eu jamais levaria, hoje, o atual treinador do Santos para comandar o selecionado cebeefiano.



Longa jornada teremos até o Mundial

 


Uma rara jogada construída pela qualidade individual de Marcelo, Ganso e Neymar terminou com a finalização do atacante santista nas mãos do goleiro Begovic, aos 28 minutos do segundo tempo. 



Foi um contra-ataque perfeito, com os jogadores fazendo o mínimo necessário para levar a bola até a área adversária: trocaram passes em velocidade em direção ao gol. 

Mais provável que isso aconteça com Ganso do que com Ronaldinho Gaúcho, misteriosamente ainda aproveitado por Mano Menezes.

O lance merece ser destacado porque é o exemplo do que pode e deve ser feito na seleção brasileira, que mais uma vez, agora na vitória sobre a Bósnia, manteve-se distante do jogo coletivo.

Mas foi um bom teste. E é simples entender: nossa evolução é tão lenta e preocupante que não podemos nos queixar da falta de um adversário mais forte. 

É o que a seleção consegue suportar no momento. Falta-nos jogo associativo, aproximação, sentido de equipe. 

O exemplo é o gol de empate, marcado por Ibsevic no primeiro tempo. David Luiz errou uma saída de bola, sem pressão, e Júlio César falhou.

O lado positivo do confronto foi à postura da seleção diante do jogo pesado e físico da Bósnia. 
A falta de entrosamento e de talento em alguns setores não significa que o time tenha amarelado e deixado de lutar, por isso chegou à vitória.

A jornada até o Mundial é longa. Por enquanto, o mais provável, é prepararmos o salão para a festa alheia.


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