Fluminense x Grêmio e Atlético/MG x Fluminense foram ótimos
jogos. Não é por acaso que são as melhores equipes, com bons elencos e bem
dirigidas por seus técnicos. Essas duas partidas, e outras poucas, são ilhas de
excelência. A maioria dos jogos é ruim. Falo de futebol coletivo, técnico.
Muita emoção e belas jogadas individuais, isoladas, ocorrem até na China.
Diferentemente do jogo entre Fluminense x Grêmio, em que os
dois times jogaram muito bem, no domingo, a única excelente atuação foi a do
atlético/MG. Poderia ser uma goleada. No gol de Ronaldinho Gaúcho, corretamente
anulado, a falta foi clara. Se o Fluminense acreditar demais que é “cirúrgico”,
como tanto falam, pode perder outros jogos.
Ronaldinho Gaúcho foi espetacular, tenho que reconhecer isso.
Ele calculou até a distância da bola para o pé de Jô e o salto e a altura de
Leonardo Silva, para colocar a bola na cabeça do zagueiro no gol de desempate e
da vitória.
Falando em craque, lendo uma entrevista de Jorge Valdano
(companheiro de Maradona na conquista da Copa do Mundo de 1986), ele que é uma
das opiniões mais respeitadas na Argentina e na Europa, ele disse que Messi e
Cristiano Ronaldo são hoje os melhores, mas que Neymar é mais inventivo.
Isso dá uma boa e polêmica discussão. Em minha opinião, Neymar
é mais habilidoso, fantasista, barroco, bailarino, com um repertório mais
variado e com mais efeitos especiais. Messi é mais técnico, minimalista, menos
exibicionista. Executa com extrema eficiência o que é necessário. Seus gols são
tão simples e concisos, que parecem se repetir.
Apesar de todos serem bastante diferentes, o brasileiro
Neymar se assemelha mais ao argentino e artista Maradona, enquanto o argentino
Messi se parece mais com o brasileiro Pelé. Não quero dizer com isso que Neymar
e Maradona não tenham uma excepcional técnica, e que Pelé e Messi não sejam
muito habilidosos e criativos. Por ser Maradona mais show, muitos,
especialmente argentinos, acham que ele foi melhor que Pelé.
Daqui a alguns anos, não sei quantos, Messi estará em
declínio, enquanto Neymar, provavelmente (espero), estará no máximo de seu
esplendor. Após encerrarem suas carreiras, saberemos quem foi o melhor. Hoje, é
Messi, que começa a ser comparado, pelos números, a Pelé. Mais importante que
as estatísticas é o encanto do craque. Isso não pode ser medido. Pelé foi e é
muito mais completo.
Neymar ainda não brilhou intensamente, nem uma única vez, enfrentando
os melhores times e seleções do planeta. Não podemos ainda coloca-lo entre os
maiores do mundo.
Não podemos ver o futebol apenas com o olhar dos clubes, da
cidade, do estado ou do país, com a preocupação de mostrar que somos
nacionalistas ou de promover o futebol brasileiro. Temos de enxergar o futebol
com os olhos do mundo, sem perder
as nossas raízes.
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